Uma nova especulação à vista

Não é segredo que o mercado financeiro tem antipatia pelo governo Dilma. O sentimento evoluiu até o ponto em que a possibilidade de derrota da presidente nas próximas eleições tornou-se uma estratégia de investimento popular, por meio da negociação com ações das empresas estatais.

Agora uma nova especulação começa a se consolidar, visando lucrar com a teoria de que o Banco Central (BC) pode reduzir a taxa Selic, mesmo com a inflação alta.

O jornalista Cristiano Romero, do Valor, detalha em sua coluna a lógica da argumentação a favor da redução da taxa básica de juros em um ambiente que reúne expectativa de inflação acima do centro da meta e crescimento econômico baixo. E aponta, também, para os riscos que envolvem a decisão.

De fato, as previsões para o IPCA, o índice oficial de inflação, e para o PIB, a principal medida para o crescimento econômico, tomaram sentidos opostos nos últimos meses. O gráfico abaixo ilustra esse comportamento.

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No começo do ano passado, as estimativas indicavam inflação de 5,5% para 2014 e PIB com alta de 3,8%. Com o passar do tempo, a expectativa para a inflação subiu para 6,44% e a previsão para o PIB caiu para 0,97%.

É difícil atribuir a causa da deterioração do desempenho da economia a uma única razão. O mais razoável é supor que um conjunto de fatores acabou contribuindo para o atual cenário adverso.

Portanto, é pouco provável que apenas a redução da taxa Selic seja suficiente para reverter o estado geral de desânimo que envolve os negócios. Apesar disso, é essa a aposta que vai começando a ganhar corpo no mercado financeiro.

O principal fator que estimula a especulação na queda imediata da Selic é a atuação do BC em julho de 2011. Naquele mês, contrariando a maioria das previsões, o comitê de política monetária iniciou um ciclo de corte da taxa básica de juros.

Um ano depois, em julho de 2012, a Selic já tinha atingido o recorde de baixa, mas a autoridade monetária continuou a reduzir os juros. No fim do ciclo de cortes, a taxa básica havia atingido a mínima histórica de 7,25% ao ano. Foi motivo de orgulho para a presidente Dilma.

A comemoração durou pouco. Depois disso, a inflação voltou a subir e, mesmo contrariando os interesses imediatos do governo, o BC foi obrigado a elevar novamente a Selic até o atual patamar de 11% ao ano.

O investimento em papéis prefixados não é uma alternativa ruim neste momento. Mas é importante manter uma estratégia de investimento sólida e, preferencialmente, com o objetivo concentrado no longo prazo.

Apostas baseadas em histórias simples tem o poder de estimular os negócios. Mas podem ser danosas se as decisões de investimento não estiverem solidamente embasadas.

A volta do lucro com os títulos longos

A alta dos juros nos últimos 18 meses, decorrente de ajustes para combater a inflação e adaptar a economia brasileira ao novo ambiente internacional, provocou um estrago na carteira dos investidores em títulos públicos de longo prazo.

No período entre o fim de janeiro de 2013 e o começo de fevereiro de 2014, o prejuízo causado pelos papéis que fazem parte do IMA-B chegou a quase R$ 100 bilhões. O indicador acompanha o valor de mercado das NTN-Bs, indexadas à inflação.

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A carteira do IMA-B é da ordem de R$ 700 bilhões e foi a mais prejudicada pela subida das taxas. A razão é o prazo médio dos títulos, de aproximadamente sete anos.

Na prática, o aumento do IPCA não foi suficiente para compensar a desvalorização dos papéis provocada pela alta dos juros. Essa diferença foi a razão para as perdas e representou um baque para quem acreditava que estava protegido contra a inflação.

No começo de 2013, a NTN-B com prazo de vencimento em 2022 chegou a ser negociada com taxa de IPCA mais 3,19% ao ano. Um ano depois, a remuneração havia subido para inflação mais 6,94% ao ano. O aumento de quase quatro pontos percentuais nas taxas de juros de mercado no período é o reflexo da desvalorização dos títulos. Um montante menor investido no presente passou a proporcionar ganho maior no futuro.

Apesar da discussão sobre se as perdas calculadas pelo valor de mercado dos títulos públicos são reais ou apenas contábeis, especialmente para quem não pretende se desfazer dos papéis antes do vencimento, o fato é que o mal estar dos investidores foi grande. No pior momento, muitos viram o valor das posições cair cerca de 15%.

As NTN-Bs também fazem parte das carteiras dos fundos de previdência, fundos de investimento e bancos. A desvalorização dos títulos, portanto, implica prejuízos que são, obrigatoriamente, reconhecidos nas demonstrações contábeis.

Os títulos prefixados tiveram comportamento semelhante, apesar da intensidade menor. A perda foi de aproximadamente R$ 15 bilhões entre maio e agosto de 2013. O principal fator que amorteceu o tamanho dos prejuízos foi o prazo médio menor. O valor da carteira do IRF-M, que mede o desempenho das LTNs e das NTN-Fs, é da ordem de R$ 800 bilhões.

Já as LFTs, atreladas à taxa Selic e representadas pelo IMA-S, não tiveram perdas. O valor total dos títulos é de quase R$ 400 bilhões.

Um cenário de prejuízos generalizados acaba minando a confiança nos rumos da política econômica. Há uma sensação de diminuição da riqueza, que reduz o interesse por empreendimentos de mais risco.

Além disso, a desvalorização dos títulos públicos afetou indiretamente o desempenho dos fundos imobiliários, pelo ajuste da relação entre o valor dos aluguéis e o preço das cotas. E pode ter contribuído ainda para o menor apetite dos bancos em renovar os empréstimos.

Felizmente, o segundo trimestre de 2014 marcou o início da recuperação dos preços das NTN-Bs. Entre 20 de março e 4 de julho deste ano, a carteira do IMA-B registrou ganhos de R$ 62 bilhões, anulando grande parte das perdas do passado.

O fator positivo é que, apesar da continuada incerteza sobre o rumo dos juros nos mercados internacionais, o rendimento da NTN-B para 2022 recuou um ponto percentual, para 5,90% ao ano. Os demais vencimentos tiveram queda semelhante.

Ao que tudo indica, começa a acontecer um efeito simétrico ao que ocorreu no passado. Como consequência, a reversão das expectativas tem gerado lucros para as apostas otimistas relacionadas ao controle da inflação e retomada econômica.

A natureza cíclica do comportamento dos ativos financeiros não é novidade. As análises dos históricos das cotações têm revelado, de forma sistemática, uma certa tendência de reversão para a média. Para o caso das taxas de juros, significa que toda vez que a remuneração dos títulos públicos sobe com muita intensidade, a perspectiva é que os rendimentos caiam no momento seguinte. O oposto acontece quando as taxas estão muito baixas.

Apesar dos aspectos cíclicos, é importante manter uma visão realista. A economia brasileira possui diversos desafios, sendo o principal deles o de mostrar a capacidade de crescer de forma consistente, sem gerar inflação ou desequilíbrios externos de grandes proporções.

Hoje, a equipe econômica não tem conseguido sinalizar que a estratégia que está perseguindo é suficientemente sólida a ponto de proporcionar os resultados almejados. E isso tem contribuído para acentuar a oscilação do preço dos ativos financeiros, tornando as decisões de investimento mais arriscadas.

Para enfrentar a atual conjuntura, é importante que o investidor tenha, ao seu alcance, um arsenal de opções táticas, para tirar proveito de oscilações de curto prazo. Assim, é fundamental estar atualizado sobre as modalidades de investimento disponíveis.

Não significa investir em todos os produtos financeiros que são oferecidos pelos profissionais do mercado. Apenas manter no radar as alternativas possíveis.

O fato é que, além dos aspectos cíclicos e do resultado das pesquisas eleitorais, o ambiente de negócios pode mudar e impactar o rendimento dos ativos financeiros.

A fórmula para ganhos no semestre

Posições em ações da Kroton, Cielo e BB Seguridade e aplicações nos títulos públicos federais de longo prazo, especialmente nas Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-B), fizeram parte do “kit gestão ativa” dos fundos de investimento agressivos com melhor desempenho no primeiro semestre de 2014.

É o que mostra a análise da composição das carteiras mais rentáveis no período. E justifica a rentabilidade confortavelmente mais elevada de alguns fundos em relação aos principais parâmetros de referência do mercado.

Entre janeiro e junho de 2014, os papéis da Kroton renderam 59%, Cielo ganhou 41% e BB Seguridade subiu 36%. O IMA-B5+, que acompanha os rendimentos das NTN-Bs com prazo de vencimento acima de cinco anos, registrou variação de 11% no período.

Em contrapartida, as aplicações no exterior, que durante bom tempo vinham proporcionando ganhos expressivos para os gestores ativos, foram prejudicadas pela desvalorização do dólar. A alta de 6% do índice S&P 500, que levou a bolsa americana a níveis recordes, foi anulada pela alta do Real no semestre.

Foi um período de escolhas difíceis para os investidores. Apenas uma de cada quatro carteiras agressivas conseguiu superar o CDI. Em compensação, somente os 25% piores fundos proporcionaram retorno negativo aos cotistas. Metade das carteiras, portanto, registrou ganhos medianos.

O desempenho geral dos gestores reflete as incertezas relacionadas com os rumos da economia brasileira. E torna cada vez mais evidente que, na conjuntura atual, não existem apostas certeiras, com potencial de proporcionar ganhos elevados e margens seguras contra eventuais perdas.

É um importante alerta para quem acredita que a alta da bolsa dependerá apenas do resultado das futuras pesquisas eleitorais. Os diversos problemas que impedem que a economia brasileira deslanche precisam ser efetivamente resolvidos.

Na relação completa dos desempenhos das carteiras no semestre, também chama a atenção os gestores que não aparecem nas primeiras colocações. Alguns grandes fundos, que no passado demonstraram capacidade de superar as adversidades e acabaram premiando os investidores com ótima rentabilidade, tiveram retorno ruim no período recente.

As posições defensivas desses fundos podem proporcionar ganhos no futuro. Muitas vezes, uma sólida visão de longo prazo pode ser mais rentável do que estratégias que premiam o giro excessivo da carteira no curto prazo.

Para o investidor, o importante é manter uma carteira de fundos diversificada. O passado demonstra que essa tem sido uma boa opção. Principalmente quando os gestores possuem uma visão clara das estratégias de investimento que estão perseguindo.

É pouco provável que o atual “kit gestão ativa”, que gerou ganhos significativos no semestre passado, proporcione os mesmos resultados no futuro. Os melhores gestores devem testar novas estratégias.

Existem hoje no Brasil quase 15.000 fundos, a maioria com propostas de gestão ativa. No entanto, apenas uma pequena parcela está efetivamente disponível para o público em geral.

Os rankings que listam os fundos com os melhores desempenhos são ferramentas importantes para a seleção de carteiras. Mas é fundamental que sejam usados com critério. Nada substitui o empenho em conhecer as estratégias de investimento que poderão gerar os resultados positivos no futuro.

A volatilidade na reeleição de Dilma

Juros dos títulos de longo prazo em queda, crescimento econômico baixo, inflação próxima ao teto da meta e oportunidades de ganhos decorrentes das diferenças entre os rendimentos das aplicações financeiras em reais e nas moedas internacionais. O cenário atual da economia brasileira para as aplicações financeiras não é radiante, mas está longe de ser sombrio.

Os indicadores, porém, mostram que o risco é alto. A diferença entre a volatilidade do Ibovespa, que acompanha a cotação das principais companhias do país, e a do S&P 500, que mede o retorno das maiores empresas americanas, está perto da máxima atingida nos últimos quatro anos.

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Quanto maior a variação diária da cotação dos ativos, mais incerta é a expectativa da rentabilidade do investimento no fim de determinado período. A previsão do rendimento de uma aplicação atrelada à taxa Selic com prazo de um ano, por exemplo, pode ser feita com muito mais segurança do que a de um fundo de ações que acompanhe o Ibovespa.

A oscilação das cotações implica aumento da taxa de desconto sobre o fluxo financeiro esperado do investimento. A razão é que para garantir um retorno mínimo num ambiente de incertezas, os investidores demandam preços mais baixos do que aqueles que seriam praticados caso o cenário fosse mais previsível.

Nos negócios com títulos de renda fixa esse mecanismo é mais evidente. Quando a inflação está alta e há dúvidas sobre a intenção do Banco Central (BC) a respeito do tamanho do aumento que será promovido na taxa Selic, o preço dos títulos de longo prazo cai.

Foi o que aconteceu em 2013 e trouxe como consequência prejuízos para os detentores de papéis do Tesouro. O interesse pelas aplicações diminuiu até que a atuação do BC ficasse mais clara.

Agora a sinalização é de que o juro permanecerá constante por um período razoavelmente longo. A demanda por títulos públicos voltou a subir e houve aumento dos preços.

O valor de mercado da Letra do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em janeiro de 2017, por exemplo, subiu 7,6% entre a cotação mínima, em 4 de fevereiro, e o preço de fechamento em 6 de junho deste ano. Os demais papéis tiveram recuperação semelhante.

Outra consequência do aumento da volatilidade é a busca por ganhos de curto prazo. Essa tendência é mais comum no mercado de ações.

Hoje, o maior fator de volatilidade do Ibovespa é a tentativa de estabelecer o preço para a possibilidade de reeleição da presidente Dilma. Em um mundo em que tudo parece estar à venda, como assinala Michael Sandel no livro “O que o dinheiro não compra”, é uma experiência compreensível, ainda que de resultado duvidoso.

A obra do filósofo americano é repleta de exemplos de como a lógica do mercado invadiu as relações sociais nas últimas décadas. Sandel esteve recentemente no Brasil para o ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento.

O caso mais provocador e que proporciona discussões acaloradas é a possibilidade de companhias fazerem seguro de vida para funcionários e elas serem as beneficiárias da apólice, no caso de morte do empregado.

A justificativa econômica do acordo é compensar as empresas pelos altos custos de treinamento e reposição da vaga deixada pelo falecido.

O mercado da morte é grande e possui derivados. Existem investidores especializados em antecipar o valor da apólice aos interessados em receber o seguro em vida. Dependendo do desconto negociado e do tempo até o falecimento, o resultado financeiro pode ser alto.

Diversos gestores de recursos, administradores de fundos de “private equity” e tesouraria dos grandes bancos de investimento são capazes de montar operações estruturadas para atender a demanda do mercado secundário para seguros de vida. E dar mais liquidez e transparência para o cálculo do valor presente das apólices, para quem queira negociá-las.

Nesse ambiente, a aposta na queda da presidente Dilma nas pesquisas de intenção de voto parece ser uma estratégia financeira como outra qualquer. Os especialistas procuram identificar a relação entre os números divulgados pelos institutos de pesquisa e a variação da bolsa.

Um ponto negativo dessa modalidade de investimento é que ela ainda não está suficientemente desenvolvida. Nenhuma seguradora conseguiu estipular o valor da apólice em caso de derrota do atual governo.

A expectativa é que os presidenciáveis da oposição sejam capazes de implantar uma política econômica que combine crescimento elevado com inflação baixa. Isso aumentaria a confiança dos consumidores e o lucro das empresas.

Um ponto obscuro é que, talvez, a própria presidente Dilma, num eventual segundo mandato, consiga entregar o resultado esperado pelo mercado para os candidatos da oposição. Nesse caso, a aposta na reeleição poderia significar ganhos para as ações e perdas para as posições vendidas.

O mais provável é que as apostas na valorização das ações sejam independentes do resultado das eleições. Se o próximo governo conseguir criar uma nova onda de otimismo, as cotações podem se recuperar.

Para o investidor que pretende atravessar o período eleitoral evitando a especulação, resta a alternativa mais tradicional: apostar na segurança da renda fixa e escolher uma carteira de ações de companhias com boas perspectivas de crescimento.

O rali da renda fixa em 2014

O indicador que mede o retorno dos títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional negociados no mercado secundário (IMA) acumula alta de 5,23% em 2014, até dia 16 de maio. No mesmo período, a variação do CDI foi de 3,70% e o Ibovespa subiu 4,79%.

A ótima rentabilidade neste ano contrasta com o péssimo retorno no ano passado. O desempenho em 2013 foi tão ruim que, pela primeira vez desde que começou a ser calculado, o IMA teve variação negativa em um período de janeiro a dezembro.

Os investidores que apostaram nos papéis do governo no ano passado amargaram prejuízos. Em alguns casos, conforme o prazo da aplicação, as perdas foram elevadas.

Um exemplo foram as NTN-Bs, corrigidas pelo IPCA. Mesmo com alta da inflação, os títulos tiveram desempenho sofrível. Os papéis com vencimento em 2035 com distribuição de rendimentos semestrais tiveram variação negativa de 19% de janeiro a dezembro de 2013. Os títulos de mesmo prazo, mas com pagamento de principal e juros apenas no resgate, negociados exclusivamente no Tesouro Direto, tiveram perdas ainda maiores: -32% no período.

Uma das consequências mais visíveis da queda de preço dos papéis foi a queda do retorno dos fundos de previdência. O que ocasionou a diminuição do fluxo de recursos para a modalidade.

A poupança foi a grande beneficiada em 2013. A captação recorde foi turbinada pelo desconforto de investidores com fundos de previdência, afetados indiretamente pelo menor retorno dos títulos públicos.

2014 promete ser diferente. E a rentabilidade dos ativos já começa a impactar o fluxo de aplicação e resgate das diferentes modalidades. Os fundos de previdência voltaram a captar de forma mais significativa e a poupança registrou o primeiro mês com resgates desde 2012.

O pano de fundo para a volta do otimismo com a renda fixa é a perspectiva de estabilidade da Selic. Depois das sucessivas altas dos juros, iniciadas na reunião do Copom de abril de 2013, tudo indica que o Banco Central (BC) deve interromper o ciclo de aumento da taxa básica.

A justificativa econômica é o fraco ritmo de expansão dos negócios. A inflação, apesar de continuar em nível elevado, não parece mostrar tendência de alta. A Copa do Mundo e a eleição também devem contribuir para moderar o ativismo do BC. A atual administração tem se destacado pela frequência com que promove alterações na taxa Selic. São raras as reuniões do Copom que decidem pela manutenção dos juros.

Além do encontro na semana que vem, a próxima reunião do Copom está marcada nos dias 15 e 16 de julho, logo após a final da Copa. As reuniões seguintes estão previstas para os dias 2 e 3 de setembro e 28 e 29 de outubro. O primeiro turno da eleição está marcado para 5 de outubro. Se necessário, o segundo turno ocorre dia 26 de outubro.

Dado o calendário esportivo e eleitoral, é pouco provável que o BC altere os juros nos encontros de julho, setembro e outubro. O cenário que se desenha é de Selic estável, economia desaquecida e inflação controlada.

A taxa dos papéis de renda fixa sofre influência dos juros de curto prazo e das expectativas. E o preço dos títulos, que determina a rentabilidade total, caminha na direção oposta.

Renda Fixa

Em dezembro de 2012, havia um otimismo generalizado e a projeção era de queda dos juros no longo prazo. A Selic estava em 7,25% ao ano, recorde de baixa. A NTN-B 2024 pagava rendimentos equivalentes a inflação mais 3,48% ao ano.

Os prefixados também apontavam para remunerações relativamente modestas para os padrões históricos do Brasil. Por exemplo, a Letra do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em 2016 era negociada com taxa de 8,25% ao ano. E o papel mais longo, a Nota Financeira do Tesouro da série F (NTN-F), com prazo de resgate em 2023, tinha remuneração de 9,18% ao ano.

Em dezembro de 2013 houve uma reviravolta em relação ao projetado um ano antes. Isso ocasionou a elevação generalizada dos juros. A NTN-B de 2024 passou a ser negociada com juros de 6,35% ao ano acima da inflação. A taxa da LTN 2016 subiu para 11,76% e a NTN-F 2023, para 12,26% ao ano. A Selic terminou 2013 em 10% ao ano.

Na época, a sensação de perda dos aplicadores contribuiu para o pessimismo generalizado, o que motivou a redução da demanda por novas emissões. Com menos procura pelos papéis do Tesouro, a solução foi o BC ampliar o escopo de atuação.

O volume de operações compromissadas realizadas pela autoridade monetária saltou de 17% do total da dívida pública em 2011 para 25% em 2013. Ainda hoje a relação continua nesse patamar.

Já a taxa de remuneração dos títulos públicos recuou em relação ao que era praticado em dezembro de 2013, com exceção da LTN 2016. No dia 16 de maio, o rendimento da NTN-B 2024 era de 6,25% e o da NTN-F 2023, de 12,26% ao ano.

Se, de fato, o BC interromper a alta da Selic e houver aumento da confiança em relação aos rumos da política econômica, as taxas dos títulos públicos podem recuar ainda mais. O momento parece propício para aplicações de renda fixa. Contudo, é importante que o investidor identifique a tolerância a perdas de capital, para evitar ser obrigado a vender as posições em períodos desfavoráveis.

Uma bolsa sem a alta frequência

Imagine que você seja obrigado a estabelecer preços de compra e venda para uma determinada ação. Mas com o agravante de não ter nenhuma convicção se é melhor montar uma carteira com esse ativo ou se desfazer da posição.

Sem saber ao certo o valor de mercado do papel e pressionado para definir cotações, você decide comprar por R$ 21 e vender por R$ 22. Em seguida, alguém aparece para negociar e propõe um intervalo mais apertado: compra a R$ 21,10 e venda a R$ 21,40. Você desconfia. E reformula sua faixa de cotações. Agora você compra a R$ 21,35 e vende a R$ 21,75.

Se, de fato, o seu parceiro de negócios tiver interesse na ação, é provável que feche a transação no preço da sua oferta, a R$ 21,75. Nesse caso, ele economizaria R$ 0,25 ante a cotação original e você ganharia R$ 0,25 em relação ao ponto médio entre compra e venda. É uma transação boa para ambos.

Mas agora você tem um problema, pois vendeu uma ação que não tem ideia se tem potencial para subir ou se está fadada a cair. É preciso eliminar esse risco. Felizmente para você há investidores que também não conseguem acompanhar o ritmo de mudanças das cotações. Para muitos, a última informação é que o preço de compra da ação é R$ 21,10 e o de venda, R$ 21,40, conforme apregoou seu parceiro.

Para eliminar o risco da sua posição, basta então entrar em contato com um desses investidores retardatários e comprar o papel a R$ 21,40. E embolsar a diferença de R$ 0,35 entre o preço que você conseguiu vender e comprar o título.

Agora, imagine que toda essa interação pudesse ser feita por computador no intervalo de milionésimo de segundo. O número de negócios aumentaria muito e os lucros cresceriam de forma exponencial. Esse é o mundo das transações de alta frequência (HFT, na sigla em inglês), conforme abordado por Michael Lewis no seu mais recente livro, Flash Boys, ainda sem tradução no Brasil.

Lewis se especializou em explicar para o leitor comum como funcionam as engrenagens do sistema financeiro. No caso das transações de alta frequência, a complexidade é ainda maior. Até mesmo os grandes gestores de recursos do planeta deixaram de entender exatamente o caminho percorrido por suas ordens de compra e venda de ações. A sensação passou a ser de que alguém sempre consegue antecipar a intenção do gestor e lucrar com a transação.

O mercado americano é muito fragmentado. O investidor pode escolher negociar ações em diversas bolsas ou nos chamados “”dark pools””, estruturas próprias administradas por grandes instituições financeiras. O argumento é que a fragmentação aumenta a liberdade de escolha e estimula a competição. No Brasil, existe apenas uma bolsa de valores, que possui monopólio virtual sobre as negociações.

Porém, tanto a fragmentação quanto o monopólio podem provocar distorções. No mercado americano, operações de arbitragem de cotações entre as diversas bolsas passaram a gerar lucros expressivos para um pequeno grupo de especialistas.

Como os negócios com ações acontecem hoje em intervalos de tempo menores do que um piscar de olhos, sofisticados algoritmos capazes de reconhecer e identificar padrões de comportamento de mercado passaram a ser ferramentas essenciais. Poucos conseguem desenvolver esses programas.

A infraestrutura física para os negócios também virou uma barreira importante. Cabos de fibra ótica conectados às diversas estações de negociação e computadores funcionando no mesmo ambiente das bolsas passaram a fazer parte do kit básico dos corretores mais bem sucedidos. É um investimento que custa caro.

Mas a tecnologia não é tudo. Ao retratar a saga de Brad Katsuyama para criar a IEX, uma bolsa dedicada aos interesses dos investidores, conforme material publicitário, Lewis consegue desmistificar de maneira muito crua as estratégias de alta frequência.

Para o sucesso dos negócios, é fundamental que haja alinhamento de interesses entre os intermediários e as bolsas. Nesse caso, o objetivo é depenar os investidores mais desavisados.

As estruturas das ordens de compra e venda tornaram-se incrivelmente complexas e passaram a ser negociadas com cada bolsa para atender interesses específicos dos especialistas de alta frequência. No fim das contas, o objetivo é tentar antecipar movimentos de mercado para dar uma vantagem aos mais favorecidos.

Outra forma de incentivo instigante é o pagamento pelo fluxo de ordens. De forma simplificada, é uma negociação semelhante à que acontece envolvendo a administração da folha de pagamento de servidores públicos e privados no Brasil, entre bancos e prefeituras ou empresas. Os bancos aceitam pagar para prestar o serviço porque estimam que conseguirão algum lucro com a operação, explorando as oportunidades de negócio com a nova base de clientes.

No Brasil, o volume de transações na BM&FBovespa cresce a 8% ao ano desde 2007. Os negócios podem aumentar se as transações de alta frequência forem estimuladas. Por ora, a bolsa parece tentar conciliar o interesse de operadores de alta frequência com o de investidores comuns. A questão é acompanhar até quando não ocorrerá algum tipo de conflito.

BMF

O derretimento da Petrobras

É inegável que o desempenho das ações da Petrobras tem sido sofrível durante o governo Dilma. Desde 7 de março de 2011, quando atingiu o pico de R$ 413 bilhões, até 14 de abril de 2014, com cotação de R$ 203 bilhões, o valor de mercado da empresa recua 50%.

Já o segundo mandato do presidente Lula foi excitante para os acionistas da empresa. O valor da companhia saltou de R$ 228 bilhões no início do governo para o pico de R$ 510 bilhões em maio de 2008.

Depois, devido aos efeitos da crise financeira mundial, chegou a cair quase 70%, para R$ 165 bilhões em novembro de 2008. No fim do período Lula, o valor terminou em R$ 380 bilhões, quase o dobro do patamar atual.

O gráfico abaixo ilustra o comportamento do valor de mercado da companhia desde janeiro de 2007. As retas escuras indicam a tendência das cotações em cada intervalo.

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Comparar desempenhos de investimentos em períodos de mandatos de governos é sempre arriscado. Diversos fatores, sem relação com o ambiente político, podem afetar o comportamento das aplicações.  Mas, em época eleitoral, é um passatempo inevitável.

O fato, então, é que durante o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso o valor de mercado da Petrobras subiu 22%. No segundo mandato a alta foi de 400%. No primeiro período do presidente Lula o valor da companhia subiu 323% e, no segundo, a alta foi de 65%.

Com a presidente Dilma, a queda até agora é de 46%. Pode ser que o valor da empresa se recupere. Ou então, como gostava de dizer o presidente Lula, é possível que nunca antes na história deste país o valor de mercado da Petrobras tenha caído tanto durante um determinado mandato presidencial.

Para sair da crise, será preciso que a administração da companhia mostre empenho em atacar os problemas atuais.

Inflação alta ficou mais comum

A inflação superou o teto da meta de 6,5% ao ano em quatro dos últimos oito trimestres. É a primeira vez que isso ocorre desde 2005, quando o Banco Central passou a perseguir a taxa de 4,5% ao ano.

O último trimestre de cada ano e o primeiro do ano seguinte são, tradicionalmente, períodos em que a inflação é mais elevada. Isso ocorre porque uma série de reajustes sazonais dos preços de diversos produtos e serviços pressionam os índices.

Mais tarde, entre abril e setembro, o ritmo de aumento dos preços tende a diminuir. E o Banco Central acaba conseguindo manter a inflação abaixo do limite da meta.

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Para o investidor, a inflação é uma ameaça para a preservação do poder de compra do patrimônio acumulado. Principalmente quando a alta dos preços supera os juros das aplicações financeiras.

No quarto trimestre de 2012 e no primeiro trimestre de 2013 o governo ainda flertava com uma política econômica menos ortodoxa. No período, a inflação superou o rendimento da taxa Selic.

Recentemente, no quarto trimestre de 2013 e primeiro trimestre de 2014, o Banco Central voltou a adotar a política tradicional de juros altos. A decisão acabou proporcionando aos investidores retorno acima da inflação, antes do Imposto de Renda.

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A evolução recente da inflação preocupa. É praticamente consenso que medidas mais efetivas para conter o aumento dos preços não serão tomadas durante o período eleitoral.

A esperança é que a queda sazonal dos preços no período de abril a setembro seja suficiente para trazer a inflação de volta para a meta. Ficou mais importante acompanhar os comunicados do Banco Central porque, hoje, a tendência é de que os juros continuem subindo.

Consórcios: avaliar é uma boa questão de Enem

Suponha que você queira adquirir um bem no valor de R$ 350 mil. Para realizar a compra à vista, você tem a alternativa de tomar um empréstimo, pagando em 170 parcelas mensais. Seu desembolso total, considerando os juros, será de R$ 544.373.

Outra possibilidade é não se endividar e investir o dinheiro que seria gasto nas mensalidades do financiamento. Nesse caso, no fim de 125 meses, com os rendimentos acumulados da aplicação financeira, você teria reunido recursos para comprar o item desejado, com desembolso total de R$ 312.600.

Uma terceira alternativa é entrar em um consórcio, pagando prestações por 170 meses de tal forma que, no fim do prazo, terá desembolsado o total de R$ 420.600. O problema é que não existe certeza de quando irá receber o bem. Você participará de sorteios com chances iguais de ser contemplado do primeiro ao último mês.

A discussão sobre o custo do prazer imediato e o benefício de ter paciência para adiar o consumo pode enveredar para argumentos filosóficos. O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, em seu livro “O valor do amanhã”, aborda essas questões de forma abrangente e intrigante.

Mas uma pergunta pragmática, que pode ser respondida pelos alunos do ensino médio que estão se preparando para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), é: a partir de qual mês o consórcio é a pior alternativa? E qual a probabilidade de você ser sorteado antes de o consórcio começar a ser um mau negócio?

O gráfico abaixo ilustra a resolução do problema.

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A linha azul une dois extremos. O ponto mais à esquerda representa o custo do empréstimo de R$ 544.373, assinalado no eixo vertical. O eixo horizontal mostra que, nessa opção, o bem foi comprado no primeiro mês.

O ponto mais à direita da linha azul representa o momento em que os recursos depositados na aplicação financeira são suficientes para cobrir o valor do bem. Isso acontece no mês 125 e o desembolso total é de R$ 312.600, sem contar os juros.

Assumindo que seja possível fazer uma combinação entre empréstimo e poupança para adquirir o bem, a linha azul mostra o desembolso total em cada momento, até o mês 125.

A linha vermelha do gráfico representa o desembolso com o consórcio. O custo de R$ 420.600 é fixo e não depende do mês em que o bem é adquirido.

Existe um ponto em que as duas linhas se cruzam. Nesse momento, o desembolso com o consórcio e a combinação financiamento com poupança resultam no mesmo desembolso.

Achar a equação da reta azul, que une os dois pontos extremos entre financiamento e poupança, é a chave para a resolução do problema. Os cálculos mostram que as retas se cruzam, aproximadamente, no mês 67.

Antes desse ponto, o valor da poupança é pequeno e o montante financiado deve ser alto, o que aumenta o valor total do desembolso. Depois ocorre o inverso.

Portanto, ser contemplado no consórcio antes do mês 67 é vantajoso. Após esse ponto é mau negócio.

Existe uma chance em 170 de ser sorteado no consórcio em um determinado mês. Em 67 meses a chance de ser contemplado é 67 vezes maior, ou quase 40%.

Significa que a probabilidade de o consórcio ser um bom negócio é menor do que a possibilidade de ser uma opção ruim. O que, de certa forma, pode causar surpresa a muitos.
 
Apesar de ser um problema aparentemente complexo, avaliar a atratividade de um consórcio é uma tarefa acessível aos estudantes do ensino médio. Na ponta do lápis, parece prudente evitar dar chance ao azar: o melhor é evitar o consórcio.

Razões para especular com Petrobras

A estreia de um curioso padrão de comportamento para o mercado de ações brasileiro, que vincula o preço dos papéis da Petrobras à variação dos índices de popularidade do atual governo, estimulou o aumento dos negócios.

Em 27 de março foi divulgada pesquisa CNI/Ibope mostrando queda na aprovação da presidente Dilma. No fim do dia, a BM&FBovespa havia registrado o maior volume financeiro do ano: quase R$ 10 bilhões.

A dinâmica da nova estratégia de investimento que vem sendo seguida é simples. Quando as pesquisas mostram queda na avaliação do governo, o valor da estatal sobe. O oposto tende a acontecer se as novas pesquisas mostrarem crescimento do apoio às políticas atuais. O relevante desse procedimento é que os investidores passaram a adotar um padrão para balizar os negócios, o que termina incentivando as transações.

Uma das explicações para esse comportamento está nas teorias de J.M. Keynes. Artigo da jornalista Luciana Seabra, do Valor, e do economista David Dequech, da Unicamp, publicado na edição de outubro-dezembro de 2013 da Revista de Economia Política, descreve o mecanismo. O objetivo dos autores é analisar a alta taxa básica de juros praticada no Brasil. Porém, antes de desenvolverem os argumentos, resumem as ideias do pensador inglês.

Para Keynes, o método adotado pelos aplicadores para dar previsibilidade ao valor dos investimentos é, na realidade, uma convenção. São as práticas corriqueiras e que são aceitas sem maiores contestações.

Na impossibilidade de se prever com segurança o valor de um empreendimento no fim de um período longo, a premissa é que “a situação existente dos negócios continuará por tempo indefinido, a não ser que tenhamos razões concretas para esperar uma mudança”, segundo o próprio Keynes.

Significa que o valor futuro de uma empresa depende da forma de condução dos negócios nos dias atuais, a menos que algo extraordinário aconteça. Apesar da evidente simplificação da realidade, essa forma de pensar é adotada por grande parte dos participantes do mercado.

Além disso, mais importante do que estimar o valor justo da companhia, interessa identificar o que os outros pensam dela. É a receita segura para fazer apostas potencialmente certeiras.

A metáfora de Keynes é uma competição em que o vencedor deve acertar os concorrentes mais votados em um concurso de beleza. Mais relevante do que o gosto pessoal do jogador, é descobrir a média da opinião dos demais competidores sobre a aparência dos candidatos.

A habilidade de prever o comportamento das cotações dos ativos financeiros no curto prazo com base na avaliação do que pensam outros investidores pode render bons dividendos. Comprar na baixa e vender na alta é objetivo de todo aplicador.

Do ponto de vista estatístico, as chances de acertar ou errar as apostas são iguais. Mesmo assim, muitos se dedicam à tarefa. E a contrapartida é a instabilidade do preço dos ativos. Como consequência, as mudanças de humor no curto prazo acabam afetando o valor esperado para os empreendimentos no longo prazo, mesmo que nada de concreto efetivamente aconteça.

A intuição de Keynes foi posteriormente comprovada por estudos empíricos. Na década de 80, Robert Shiller, vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2013, demonstrou que o valor dos lucros e dividendos das empresas, ajustado pelos juros, é muito mais estável do que a série histórica do preço das ações, sujeita a grandes oscilações.

Desde então, os modelos para estimar o comportamento dos preços dos ativos passaram a levar em conta as flutuações de curto prazo das cotações. No caso da Petrobras, a convenção atual é que a ingerência política do governo prejudica as decisões da companhia. E esse fator foi incorporado nas previsões.

Mesmo para o investidor mais conservador e descrente da sua habilidade de acertar o momento certo de entrar e sair das posições, o histórico recente da variação do preço das ações PN da Petrobras estimula a especulação. Após subir 151% entre novembro de 2008 e dezembro de 2009, as ações entraram em um zigue-zague.

Desde então, em cinco períodos os papéis subiram mais de 20%, do ponto mínimo até o topo. E em seis ocasiões caíram mais de 25%, do ponto máximo até o fundo. Os momentos de alta e de baixa tiveram duração em torno de dois a cinco meses. Tentar acertar os ciclos, conforme assinalados no gráfico, parece tentador.

ZigZagPetro

Keynes defendia que o Estado deveria adotar medidas de estímulo à economia em determinadas situações, com o objetivo de manter o ritmo de crescimento da capacidade produtiva. A especulação, para ele, era danosa para as decisões de investimento.

O atual governo parece ter exagerado no ativismo desenvolvimentista. Ao interferir demasiadamente, acabou criando um ambiente favorável à especulação, atrapalhando os investimentos.

Para os detentores de ações da Petrobras, seria financeiramente mais rentável se as incertezas estivessem restritas aos riscos operacionais da própria companhia. Agora, a alternativa parece ser montar posições para tentar aproveitar as oscilações, controlando o risco da aplicação.