Nos primeiros nove meses de 2013, a rentabilidade média diária do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) foi equivalente a 96,4% da meta para a taxa Selic. No passado, os dois indicadores eram quase equivalentes.
O CDI é a base para a remuneração de aproximadamente 80% dos títulos privados em circulação no mercado, um montante de cerca de R$ 1,4 trilhão. A estimativa foi feita a partir dos dados do boletim mensal de renda fixa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Aberto e de Capitais (Anbima).
Já faz algum tempo que o mercado interbancário com lastro em depósitos interfinanceiros perdeu a representatividade. Atualmente são realizadas apenas dez operações diárias e nada indica que o volume de negócios irá aumentar a curto prazo.
Paradoxalmente, a emissão de títulos privados com remuneração indexada ao CDI tem crescido. Isso aconteceu porque, entre outras razões, novos instrumentos tais como LCIs e LCAs ficaram mais acessíveis aos investidores.
Além disso, o mercado de contratos futuros de DI negociados na BM&FBovespa passou a ser um parâmetro relevante para as decisões de política monetária. O setor privado e as autoridades monitoram de perto as transações com os derivativos.
Um ambiente em que poucos negócios influenciam de forma desproporcional a remuneração de enorme volume de transações financeiras preocupa. Na pior das hipóteses, a estabilidade do mercado financeiro poderia ser abalada.
Na semana passada, a defasagem do CDI diminuiu. Nos dias 9, 10 e 11 de outubro a relação para a meta da taxa Selic ficou acima de 98%. No entanto, ainda não há explicações concretas para esse movimento, conforme apontaram Angela Bittencourt e Lucinda Pinto no blog Casa das Caldeiras.
Do ponto de vista pragmático, é cedo para avaliar se a defasagem entre CDI e Selic vai ser reduzida. De qualquer maneira, é prudente que o investidor leve em consideração que existe essa diferença no momento de estimar os ganhos potenciais das aplicações.
Assumir, por exemplo, que um fundo de investimento conservador renderá Selic menos a taxa de administração é um excesso de simplificação. No atual ambiente, é fundamental conhecer a forma de gestão da carteira para avaliar os riscos e a adequação da aplicação.
Mesmo prejudicados pelo descolamento do CDI em relação à Selic, há fundos referenciados DI no mercado com boa rentabilidade e que conseguem superar a poupança. Em setembro, por exemplo, foram 76 dentre 175 carteiras não exclusivas, potencialmente disponíveis para aplicação, com patrimônio líquido maior que R$ 10 milhões e mais de 100 cotistas.
Apesar de não ser a única característica a ser levada em consideração, o patamar da taxa de administração é importante. No caso dos fundos DI com melhor desempenho, a taxa média era de 0,4% ao ano.
Há um pequeno ajuste a ser feito na sua análise. A taxa Selic que deve ser utilizada é aquela que o Banco Central efetivamente usa nas operações compromissadas, e não a meta Selic. Esta taxa, nos últimos anos, têm sido ligeiramente inferior à meta Selic.
Eu tenho un fundo do Banco do Brasil, chamado: BB RF LP 90 mil, com taxa de administraçào de 0,80%, mas foi embora com quasi tudo, para investir no LCA, que rende muito mais
… os bancos se esmeram em encontrar nichos de onde possam tirar proveito do dinheiro alheio. o caso do CDI eh classico: alem de cobrarem uma taxa de administraçao camuflada de desagio, agora deram para nao seguir a SELIC potencializando ainda mais seus lucros. e a cereja do bolo eh q o dinheiro q entra via CDI para emprestimos a clientes, se for para cheque especial rende 13% ao mes; se for financiamento de veiculos eh 3% ao mes,
em parte isso explica como atingiram um bilhao de reais de lucro liquido por mes ….