Ações formais e informais do Banco Central sinalizam para mais duas altas da taxa Selic, a serem confirmadas após as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto e outubro. A elevação de 0,5 ponto percentual ao fim do próximo encontro do Copom parece certa. A dúvida é sobre o aumento a ser decidido na reunião de outubro.
A taxa das das operações compromissadas realizadas pelo BC indicam 50% de chance de um aumento de 0,5 ponto percentual em outubro e a mesma probabilidade de alta mais moderada, de 0,25 ponto percentual. No fim do atual ciclo de aperto monetário, a Selic saltaria dos atuais 8,5% ao ano para a faixa entre 9,25% e 9,5% ao ano.
Esclarecimentos informais sobre as principais preocupações do BC, conforme relatados pelo repórter Cristiano Romero, do Valor, apontam para a redução da liquidez internacional e a possível redução dos estímulos monetários do Fed, o banco central americano. Nesse cenário, a pressão de maior desvalorização do Real frente ao dólar continuaria e os efeitos sobre a inflação seriam incertos.
A ação mais prudente para o BC, portanto, seria seguir com a elevação da Selic. Mesmo com os efeitos colaterais sobre a atividade econômica. Ao que tudo indica, o BC quer manter a diferença entre a Selic e a inflação no menor patamar possível.
A inflação acumulada em 12 meses no mês de agosto de 2013 chegou a 6,3%. No mesmo período do ano passado ela foi de 5,2%. O pior cenário para o BC é a inflação é a inflação ultrapassar o teto da meta de 6,5%, como aconteceu nos 12 meses encerrados em agosto de 2011. Naquela época, para domar a inflação, o BC foi obrigado a levar a taxa Selic para 12,5% ao ano.
Ainda é preciso esforço para combater a inflação
IPCA em 12 meses e meta para a taxa Selic nos meses de agosto – em %
Fonte: Banco Central
Resta saber se o BC terá ajuda das demais áreas do governo para conduzir o esforço de controle da alta dos preços.