Os sucessivos recordes de captação na caderneta de poupança parecem refletir o momento atual de desorientação dos investidores. A tendência é abrir mão da rentabilidade para garantir maior segurança.
No mês de julho, a poupança rendeu 0,48%. Já as aplicações indexadas à taxa Selic registraram ganhos de 0,57%, levando em consideração o Imposto de Renda de 20%. Em contrapartida, o volume total de depósitos na caderneta, descontados os resgates, atingiu R$ 9,3 bilhões em julho, um recorde para o mês. Em 12 meses, a captação líquida chegou a inéditos R$ 64 bilhões.
Os balanços dos principais bancos de varejo no primeiro semestre de 2013 apontaram para a queda do estoque dos tradicionais certificados de depósitos bancários (CDB) e das populares aplicações em planos de previdência. Os dados consolidados de mercado mais atualizados confirmam a redução dos volumes.
Perdas no valor de mercado dos títulos públicos, desvalorização da bolsa e alta do dólar continuam provocando estragos na rentabilidade das aplicações financeiras. Nos últimos meses, nem mesmo os fundos de previdência têm conseguido evitar os prejuízos. Desconfiados, os investidores continuam apelando para a caderneta.
De uma certa forma, o aumento da captação da poupança é um bom sinal. Um risco muito maior é se os investidores passarem a achar que o rendimento da aplicação é baixo e entrar em alternativas sem qualquer tipo de garantia, tais como as pirâmides financeiras ou operações não regulamentadas pelo Banco Central ou fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
É uma possibilidade que merece toda a atenção das autoridades e constantes esclarecimentos das instituições financeiras para evitar perdas irrecuperáveis para os aplicadores.