Postalis: mais um esclarecimento

Nos último 13 meses, o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, publicou nove notas de esclarecimento a respeito de reportagens que trataram da carteira de investimentos da instituição.

As explicações abordaram temas como investimentos nos bancos BVA e Cruzeiro do Sul, participação no projeto de formação de uma nova bolsa, aplicações nas empresas do Grupo X, relacionamento com as empresas de gestão de recursos DTW e Atlântica e, mais recentemente, esclarecimentos sobre perdas com títulos da Argentina.

Seria um assunto restrito aos administradores do fundo e aos participantes do plano de previdência caso o benefício de aposentadoria dos funcionários não fosse garantido pelos Correios, uma empresa estatal. Na hipótese de os ativos do Postalis não serem suficientes para pagar as aposentadorias, a conta irá para o Tesouro Nacional.

Hoje, o fundo tem um déficit de cerca de R$ 1 bilhão. É a diferença entre o valor presente das obrigações futuras com o pagamento dos benefícios dos empregados e o valor de mercado das aplicações financeiras.

Segundo os esclarecimentos do Postalis, esse déficit não tem relação com os riscos dos investimentos discutidos nas reportagens.

Com a queda das taxas de juros reais (acima da inflação) no mercado local, o valor presente dos compromissos assumidos pelos fundos de pensão brasileiros subiu. A outra face da moeda é que a rentabilidade das aplicações financeiras caiu, em relação à inflação. Foi essa a razão do déficit.

É preciso, portanto, buscar uma solução para operar nesse novo ambiente econômico.

Talvez a diretoria do Postalis pudesse se inspirar nos ensinamentos de Warren Buffett, considerado o investidor mais bem sucedido do mundo.

Segundo o Buffett, a regra número um para ter sucesso na gestão de recursos financeiros é não perder dinheiro. E a regra número dois é sempre se lembrar da regra número um.

Agindo dessa forma, os administradores da Postalis poderiam, no mínimo, economizar nas notas de esclarecimento. E os contribuintes brasileiros poderiam dormir um pouco mais tranquilos, sabendo que os funcionários dos Correios estariam com as aposentadorias garantidas.

5 pensamentos sobre “Postalis: mais um esclarecimento

  1. ESTOU INDIGNADO COM TUDO ISSO. SERÁ QUE NÃO SABEM AINDA COMO SE APLICA UM DINHEIRO? É CLARO QUE ISSO É PROPOSITAL. POIS SE UMA ENTIDADE VAI A FALENCIA
    ALGUÉM GANHA DINEIRO. SERÁ QUE NÃO´PARA SER USADO NA POLÍTICA? E OLHA QUE SOU FILIADO AO PT.

    • Peço que cada participante do Postalis que conheça advogados que solicitem que avaliem quais ações seriam cabíveis contra os Ex Diretores do Postalis que fizeram os maus investimentos e contra a Diretoria atual para formarmos um Grupo para entrar com ação. Me mande m os comentários para edgard.cordeiro@uol.com.br.

  2. Não existe investimento no mercado financeiro livre de risco de perda, mas é estranho este fundo de pensão ter feito tantos investimentos ruins, com prejuízos desta magnitude. No mínimo deveria ser feita uma auditoria e uma investigação para apurar a causa destes erros.

  3. “Na hipótese de os ativos do Postalis não serem suficientes para pagar as aposentadorias, a conta irá para o Tesouro Nacional.”
    Na verdade o custos com os déficits são sempre paritários, conforme a legislação em vigor. Então a metade do custo de tudo isso será dos participantes, o que é uma injustiça, visto que estes sempre pagam o que lhe são devidos.

  4. Na matéria foi apontado um deficit de R$ 1 bilhão, quando na realidade já está em R$ 2,2 bilhões, segundo dados de julho/2014. A PREVIC, apesar de instada a tal, não faz a intervenção que é mais do que devida. Só restará aos participantes entrar com ação contra o governo tanto pela questão das indicações políticas à Direção do Fundo, quanto pela questão da inação da entidade encarregada da fiscalização.

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