O Valor reproduziu uma intrigante reportagem do Wall Street Journal a respeito das salas de bate-papo (“chat”) usadas pelos profissionais do mercado financeiro nos centros mais desenvolvidos. As autoridades suspeitam do uso de informações privilegiadas.
Todo investidor, principalmente aqueles que operam nos mercados mais líquidos e com grandes oscilações no curto prazo, tais como bolsa ou “forex”, sente a necessidade de confirmar as intuições com a opinião de outros participantes. Daí o sucesso das salas de bate-papo e fóruns oferecidos pelas instituições financeiras.
Não importa tanto o embasamento das opiniões. O que mais interessa é a troca de impressões sobre o rumo do mercado. Discussões quase filosóficas tais como o quanto uma determinada ação pode subir ou o que o governo poderá fazer para controlar a alta do dólar são assuntos que atraem os investidores.
No mundo ideal, os “chats” seriam como as conversas na praça de uma cidade do interior. A ideia é que o aplicador mais atento poderia observar os argumentos dos demais participantes do debate para reunir informações importantes sobre o sentimento geral do mercado. Com isso, poderia montar posições mais lucrativas.
Na prática, o que as autoridades suspeitam e estão investigando, é que algumas salas de bate-papo mais exclusivas são pontos de encontro para o conluio e o acerto de posições.
Se a suspeita for confirmada, o investidor fica diante de um dilema: ou participa de salas de bate-papo que pouco acrescentam ao processo de escolha dos investimentos ou integra grupos suspeitos de realizar atividades ilegais e, portanto, sujeitos às sanções das autoridades.
Fica a lição de que é preciso, sempre, manter a cautela com com as opiniões que aparecem em “chats”, fóruns e blogs.