O boletim Anbima sobre o mercado de “private banking” fornece algumas pistas para explicar a dificuldade que enfrentam muitos clientes de alta renda para conseguir bons conselhos de investimento.
O levantamento mostra que são 858 “bankers” (especialistas) e 1.168 assistentes e outros profissionais menos qualificados para atender o total de 55 mil contas. Considerando que a divisão do trabalho é feita de forma balanceada, a conclusão é que 60% dos clientes tem pouco contato com os melhores quadros das instituições financeiras.
Assumindo que cada profissional atende cerca de 27 contas, os 858 “bankers” assessoram regularmente o total de 23 mil clientes. Os demais 32 mil aplicadores mantém relacionamento com os assistentes.
O detalhamento dos números da Anbima mostra uma situação ainda mais desconfortável para os investidores que buscam soluções mais sofisticadas para as aplicações. Somente metade dos “bankers” possui a certificação CFP, uma espécie de selo de qualidade para os especialistas da área.
Portanto, o fato de ser cliente do “private banking” não é garantia de que o atendimento oferecido ficará acima da média. Pragmaticamente, a solução é confrontar, sempre que possível, as opiniões e recomendações recebidas com outros profissionais e especialistas.
Um resumo das principais tendências para as aplicações financeiras dos clientes de alta renda, com comentários de profissionais de ponta, pode ser encontrado na reportagem As letras da fortuna, de Luciana Seabra, do Valor.