Opções são contratos financeiros que estabelecem as condições para a compra ou venda de determinado ativo entre dois participantes. Os negócios mais comuns são realizados com ações, índices de ações e taxa de câmbio.
De forma geral, o comprador da opção paga um prêmio ao vendedor para que este assuma determinado risco. No entanto, nas operações estruturadas oferecidas aos investidores, existe uma combinação de estratégias de tal maneira a eliminar o desembolso imediato do investidor. O arranjo requer cuidados, porque pode mascarar alguns riscos que ficariam mais visíveis se houvesse um pagamento inicial.
O detentor da opção tem o direito de comprar (ou vender) um certo ativo no futuro a um preço previamente estabelecido. Já o vendedor da opção se obriga a vender (ou comprar) o ativo nas condições acertadas, caso seja solicitado pela outra parte. Existem dois tipos de opções, a “call” e “put”.
A “call” é uma opção de compra. Significa que quem adquiriu o instrumento tem o direito de comprar determinado ativo por um valor definido, chamado de preço de exercício no jargão de mercado.
Imagine que você precise comprar dólares para fazer frente a um determinado compromisso no futuro. Considere que a cotação atual é R$ 3,20. Como existe a possibilidade de o dólar cair, você não quer adquirir a moeda imediatamente.
Suponha que se o dólar subir, em vez de cair, você está disposto de assumir o risco de desembolsar até 10% a mais em relação à cotação de hoje. Acima disso o custo seria demasiadamente elevado.
Uma forma de resolver essa situação é comprar uma “call” com preço de exercício de R$ 3,52. Você teria um desembolso equivalente ao prêmio para aquisição da opção, mas ficaria protegido caso a alta do dólar superasse 10%. E se a cotação do dólar caísse, você lucraria ao comprar a moeda mais barata.
Já a “put” é a opção de vender o ativo a um determinado preço de exercício. Pense no seguro de automóvel. No caso de roubo ou perda total do veículo, o segurado tem a opção de vender o carro para a seguradora, que fica com o prejuízo.
Um investidor pode comprar “put” para a carteira de ações, por exemplo. Se os papéis desvalorizarem, consegue sair da posição a um preço acima do mercado. Caso contrário, não exerce a opção.
O prêmio da opção é maior quanto mais provável a possibilidade dela ser exercida. No exemplo do dólar, o prêmio da “call” é maior se o preço de exercício for de R$ 3,30. O prêmio será mais baixo se o preço de exercício for de R$ 4,50.
As operações estruturadas com opções combinam a compra de “call” e “put” com variados preços de exercícios de forma a especular sobre o comportamento futuro do mercado. O grande apelo dessas estruturas é estimular apostas sem o gasto inicial.
O problema é que, em caso de perdas, é inevitável pagar pelos prejuízos.