Cenário de impasse político e econômico

A reação do governo às manifestações dos dias 13 e 15 de março indica que, no curto prazo, a estratégia é atribuir o grande número de pessoas nas ruas protestando contra a presidente Dilma ao fato de representarem, majoritariamente, os eleitores da oposição.

Concretamente, a possibilidade de a presidente renunciar ao mandato é extremamente remota. E a chance de a oposição encontrar alguma base suficientemente sólida para propor o processo de “impeachment” é pequena.

No médio prazo, a esperança do governo é que o ajuste fiscal conduzido pelo ministro Joaquim Levy produza resultados rapidamente, faça com que o poder de consumo da população volte a crescer em breve e provoque a recuperação do apoio popular aos dirigentes governistas. É uma aposta arriscada.

O maior problema, atualmente, é vislumbrar o objetivo da política econômica. Hoje o país enfrenta, ao mesmo tempo, desvalorização cambial, inflação, juro alto, aumento de impostos e corte de gastos públicos. A consequência é que a vida das empresas e das pessoas ficou mais difícil. E os benefícios são incertos.

A única justificativa para essa combinação é corrigir os erros cometidos no passado. Mas como não é possível atribuir os atuais problemas aos governos anteriores, da própria presidente Dilma e de seu padrinho político, o bode expiatório voltou a ser a crise internacional.

Esse é o desenho do discurso político do momento. O argumento é frágil, mas pode funcionar durante algum tempo.  

Do ponto de vista das aplicações financeiras, a tendência continua sendo de encurtamento dos prazos de vencimento e indexação à taxa Selic, à variação dos certificados de depósitos interfinanceiros (CDI), ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou à taxa de câmbio.

O ambiente demanda, ainda, seletividade com os investimentos em ações e cautela com as aplicações prefixadas.

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